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Pirataria olímpica perturba Pequim na comercialização de produtos (Folha de São Paulo)

ADALBERTO LEISTER FILHO

 da Folha de S.Paulo

 

Paraíso da pirataria, a China está provando do seu próprio veneno. Desde que Pequim começou a comercializar produtos oficiais da próxima Olimpíada, os organizadores dos Jogos vêm enfrentando forte concorrência dos falsificadores.

 

Nas ruas, é comum encontrar mascotes, chaveiros, camisas, moedas comemorativas e outros suvenires relativos aos Jogos do ano que vem a preços mais convidativos do que os praticados no comércio oficial.

 

A falsificação é um problema crônico no país. De acordo com informações da União Européia, mais de 70% dos produtos piratas que são apreendidos nas alfândegas do velho continente são produzidos na China.

 

Tais objetos agora também abastecem o comércio doméstico. "Segundo nossos relatórios, moedas, bichos de pelúcia, objetos de decoração e pôsteres são os produtos mais fáceis de serem imitados", disse à Folha Niu Wei, do Departamento de Comunicações do Bocog (Comitê Organizador dos Jogos).

 

A facilidade é tanta que os piratas nem se preocupam tanto em ficar ocultos. "Os produtos piratas são distribuídos principalmente através de internet, telemarketing e barracas móveis", informa Wei.

 

Atento ao problema, o Bocog divulgou uma carta de advertência contra a pirataria em 11 de novembro de 2005, no mesmo dia em que foram revelados as mascotes da Olimpíada.

 

No documento, os organizadores afirmam que irão lutar para proteger os direitos sobre mascotes e símbolos olímpicos na China e em Hong Kong, Macau, Taiwan e demais países.

 

Por enquanto, ao menos, o problema é interno. "Ainda não descobrimos nenhuma empresa estrangeira envolvida em atividade de falsificação dos produtos oficiais licenciados", conta Wei, do Departamento de Comunicações do Bocog.

 

A Prefeitura de Pequim também entrou na luta. O governo anunciou, em janeiro, que o combate à pirataria foi incluído em seu plano de desenvolvimento econômico e social, que guiará as prioridades da cidade nos próximos quatro anos.

 

"É a primeira vez que esse item foi incluído no nosso planejamento urbano" comenta Liu Dogwei, vice-diretor da Agência de Proteção à Propriedade Intelectual de Pequim.

 

Como medida prática, o governo prometeu investir mais na proteção de marcas e promover fiscalizações periódicas em empresas suspeitas de produzir cópias baratas em série.

 

Para dar exemplo à Europa, um dos mercados no qual o país espera auferir altos lucros durante a Olimpíada, a China intensificou, em 2006, o cerco à pirataria de produtos relativos à Copa do Mundo de futebol, disputada na Alemanha.

 

Em dezembro, a polícia voltou a agir, mesmo que de forma tímida. Um comerciante acabou detido e teve seus produtos olímpicos -no valor de cerca de R$ 15 mil- apreendidos.

 

O exemplo ainda não intimidou a ação dos piratas e a expectativa de ganhos pode não ser alcançada. "Esperamos receber mais de US$ 50 milhões [R$ 104 milhões] com licenciamento de produtos", diz Wei.



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